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habitação unifesp

osasco, São Paulo - SP2015

Em primeiro lugar, o nosso projeto procurou assegurar a permeabilidade do tecido urbano, conferindo flexibilidade no uso dos espaços públicos e privados, criando grandes esplanadas de contemplação e acomodação dos fluxos do entorno, acentuando e valorizando as visuais da cidade e fundindo um local de produção de conhecimento com o tecido da cidade, de forma progressiva e sistêmica, permitindo, inclusive, a participação da comunidade no conjunto. São espaços democráticos capazes de fazer frente às atuais demandas culturais tão diversas de nosso povo, um lugar que permite a vivência, a troca, o encontro. (veja mais no memorial)

First of all, our project tried to assure the permeability of the urban network,
by granting flexibility in uses of both public and private spaces, creating great terraces for contemplation and accommodation, accentuating and valuing the city’s views and joining a place of knowledge production with the city’s web, in a progressive and systemic way, allowing even the community’s participation. Those are democratic spaces able to rise up to the modern and diverse cultural demands of our nation, a place that enables the living, the exchange, the encounter. (read more in memorial)

Ficha Técnica

  • local osasco, São Paulo - SP
  • projeto 2015
  • área 8.791,16 m²
  • autores alexandre gervásio, erico botteselli, lucas thomé, guilherme bravin e pedro de bona
  • coautores josé maria macedo e pedro pereira
  • colaboradores marcus vinicius damon, matheus molinari e rafael cohen
  • escritórios parceiros Estúdio Módulo \ Costa e Macedo Arquitetos

Prêmios

  • Concurso Nacional de Moradia Estudantil da Unifesp - 2015 finalista

Memorial

A preocupação com a educação é sem dúvida um dos pilares centrais das políticas de desenvolvimento de uma nação, principalmente de um país que vem tomando força e assumindo papel de destaque na América Latina, como é o caso do Brasil, cujo povo ainda está em formação, e sua forma ainda não foi plasmada, Darcy Ribeiro dizia isso há 40 anos, e colocava claramente a dicotomia entre dois modelos de universidade para romper as barreiras do atraso: o primeiro modelo nos aponta para uma universidade autônoma, que produz conhecimento e tecnologia próprios, o verdadeiro caminho a ser trilhado, promovendo um desenvolvimento digno, “através de revoluções sociais que nos permitam empreender transformações tão radicais em nossos modos de ser que possibilitem nossa incorporação como sociedades autônomas [...] Pois bem, a não ser na universidade, onde encontrar a capacidade de repensar o mundo com sabedoria e liberdade, de questioná-lo com a necessária amplidão e generosidade, antevendo conceitualmente o futuro humano?” E qual forma e ou espaço é capaz de permitir a prática destes conceitos e ideais?

Em primeiro lugar, o nosso projeto procurou assegurar a permeabilidade do tecido urbano, conferindo flexibilidade no uso dos espaços públicos e privados, criando grandes esplanadas de contemplação e acomodação dos fluxos do entorno, acentuando e valorizando as visuais da cidade e fundindo um local de produção de conhecimento com o tecido da cidade, de forma progressiva e sistêmica, permitindo, inclusive, a participação da comunidade no conjunto. São espaços democráticos capazes de fazer frente às atuais demandas culturais tão diversas de nosso povo, um lugar que permite a vivência, a troca, o encontro. Respeita as demandas urbanas, com seu caráter unificador, funciona como uma espécie de relé, controlando e distribuindo fluxos do entorno imediato, um grande laboratório das experiências humanas, marcado pela criatividade e intencionalidade: “a mais alta responsabilidade da universidade consiste no exercício das funções de órgão de criatividade cultural e científica, e de conscientização e crítica da sociedade. Satisfazer aos requisitos indispensáveis ao bom desempenho destas funções é tarefa muito difícil para qualquer universidade, particularmente as universidades das nações subdesenvolvidas, onde isto é mais necessário” (Darcy Ribeiro, 1975).

Com aproximadamente 8.000,00m² o edifício para moradia de estudantes, foi pensado de maneira a ser construído em etapas, graças ao seu sistema misto e modular com estruturas pré-fabricadas de concreto e aço e instalações aparentes. Com até quatro pavimentos e sobre pilotis,as diversas lajes abrigam desde unidades habitacionais individuais, duplas, até unidades familiares, que são configuradas através do uso de painéis leves de fórmica ou gesso acartonado assentados sobre lajes alveolares. As unidades possuem áreas de convívio privativo e coletivo ao longo dos pavimentos, sempre acessados por uma passarela externa em estrutura metálica, perimetral e alternada, de acordo com a implantação das unidades que buscam, de maneira irrestrita, a melhor orientação solar. Este arranjo permite ainda o desfrute das visuais da cidade, do terreno e do entorno imediato, alcançadas graças à implantação privilegiada.

O edifício da moradia está implantado ao longo do perímetro do terreno e elevado sob pilotis, praticamente não toca o chão, e, a partir da cota mais alta, até a cota mais baixa, podemos verificar que o rigor volumétrico é rompido por uma sucessão de vazios e pelo volume que encerra a quadra poliesportiva, no topo do de um dos vértices deste quadrado, configuram elementos que, integrados, acabam conferindo, do ponto de vista da materialidade, um caráter dinâmico ao conjunto. Esta implantação gera uma quadra interna e aberta, acessada por meio de um notável sistema de praças e passarelas para pedestres. Este sistema funciona como um grande difusor de possibilidades de circulação por todo o edifício conferindo características urbanas aos seus usuários. Os desníveis são superados por meio de rampas e escadas, que formam áreas de estar e descanso e permitem a ligação com os diversos equipamentos de uso coletivo.

O acesso principal é feito pela Alameda Parque, onde temos uma grande esplanada e a recepção principal, onde é feito o controle geral de acessos com identificação e autorização de entrada aos blocos de circulação vertical das moradias. Neste sentido, chegamos a uma praça descoberta que acolhe quem da rua vem, funciona como um distribuidor de fluxos, onde o usuário percorre todo o conjunto por meio de rampas, escadas, elevadores, atingindo todos seus planos, alternando espaços abertos e fechados.

Nas áreas sob pilotis encontramos os equipamentos de uso comum: a biblioteca, o anfiteatro, o refeitório, o centro atividades comunitárias, área para festas, jogos e eventos além dos mencionados núcleos de acesso controlados das unidades habitacionais. Por sua localização, estes equipamentos coletivos podem funcionar de forma independente, possuindo acessos diretos, não interferindo no funcionamento da moradia. Estes núcleos coletivos são transparentes, envidraçados de maneira que sua presença seja discreta e convidativa e não seja uma barreira ao olhar fortuito ou ao livre percurso. Junto à Rua General Newton Leal, está implantado um pequeno estacionamento e uma praça de carga, descarga e serviços, com capacidade para receber veículos de médio porte, inclusive ônibus, fazendo todo o abastecimento do complexo.

Na cobertura do conjunto temos a área de lazer, representada pela quadra poliesportiva de uso comum, com sanitários e áreas de descanso. Neste mesmo piso, os reservatórios de água potável estão previstos para dois dias de armazenamento mais a reserva técnica de combate a incêndio. O posicionamento do telhado, solto da última laje, permite a ação de um eficiente sistema natural de circulação de ar, tornando o edifício mais fresco e arejado, minimizando o uso de energia e aumentando o conforto térmico dos diversos ambientes. Está previsto um sistema de captação de águas de chuva que serão conduzidas até as cisternas que ficam abaixo dos blocos edificados, estas áreas dispõem de pequenas centrais de tratamento e distribuição de água para a manutenção dos jardins e limpeza das áreas comuns da edificação. No telhado podemos implementar um sistema de painéis fotovoltaicos para a captação de energia solar, já que temos orientação favorável no sentido norte, com incidência de sol durante todo o ano.

The concern with education is undoubtedly one of the central pillars of a nation's development policies, especially of a country that has been taking force and assuming a prominent role in Latin America, as is the case of Brazil, whose people are still in formation, and its form has not yet been shaped, Darcy Ribeiro said this 40 years ago, and clearly put the dichotomy between two university models to break the barriers of backwardness: the first model points us to an autonomous university that produces its own knowledge and technology, the true path to be followed, promoting a dignified development, "through social revolutions that allow us to undertake transformations so radical in our ways of being that they make possible to incorporate ourselves as autonomous societies ... Well, except in university , where to find the capacity to rethink the world with wisdom and freedom, to question it with the necessary amplitude and generosity, anticipating conceptually the human future? "And what form and or space is able to allow the practice of these concepts and ideals?

First of all, our project tried to assure the permeability of the urban network, by granting flexibility in uses of both public and private spaces, creating great terraces for contemplation and accommodation, accentuating and valuing the city's views and joining a place of knowledge production with the city's web, in a progressive and systemic way, allowing even the community's participation. Those are democratic spaces able to rise up to the modern and diverse cultural demands of our nation, a place that enables the living, the exchange, the encounter. Which respects the urban demands, with its unifying nature, and works as some kind of "relay" controlling and distributing the fluxes from the surroundings, a great laboratory of human experiences, marked by creativity and intention: "the highest responsibility of the university consists of the exercise of the functions of an institution of cultural and scientific creativity, and of consciousness and critique of society. Satisfying the indispensable requirements for the proper performance of these functions is a very difficult task for any university, particularly the universities of underdeveloped nations, where this is most necessary "(Darcy Ribeiro, 1975).

With approximately 8.000,00m², the students' habitational building was designed in a way to be constructed in phases, because of its modular and combined system made with concrete and steel prefabricated structures and exposed installations. With up to four floors and elevated by pilotis, the various slabs congregate from individual housing units, double, even family units, that are formed by the use of light panels of formic or drywall settled over the alveolar slabs. The units have an area of private and public interaction through the pavements, always accessed by a external walkway in metallic structure, perimeter and alternating, according to the implantation of the units that seek, in an unrestricted way, the best solar orientation. This arrangement also allows the enjoyment of the city's visuals, of the lot and of the immediate surroundings, achieved thanks to the privileged implantation.

The housing block is implanted along the perimeter of the lot and elevated over pilotis, practically does not touch the ground, and, from the highest to the lowest level, we can verify that the volumetric rigor is broken by a succession of voids and by the volume enclosing the multi-sport court, on the top of one of the vertices of this square, configure elements that, integrated, end up conferring, from the point of view of materiality, an aspect dynamic to the group. This implantation creates an open and intern court, accessed by a noteworthy system of squares and walkways for walkers. These system works as a great diffuser to the circulations' possibilities through all the building, granting some urban characteristics to all its users. The differences of levels are overcome by stairs and ramps, that forms living and resting areas and enable the connection with the variety of collective use equipment.

The main access is made through the Park Avenue, where we have a large esplanade and the main reception, where the general access control is made with identification and authorization of entry to the vertical circulation blocks of the residences. In this sense, we arrive at an uncovered square that welcomes those who come from the street, and works as a flow distributor, where the user goes through the whole building by means of ramps, stairs, elevators, reaching all their plans, alternating open and closed spaces.

In the areas under pilotis we find the equipment of common use: the library, the amphitheater, the cafeteria, the community activities center, area for parties, games, and events beyond the aforementioned controlled access centers of housing units. Because of its location, these collective facilities can operate independently, having direct access, not interfering with the functioning of the dwelling. These collective centers are transparent, glazed in such a way that their presence is discrete and inviting, and is not a barrier to fortuitous glance or free passing. Adjacent to General Newton Leal Street, there is a small parking lot and a cargo, unloading and service plaza, with a capacity to receive vehicles of medium size, including buses, making all the supply of the complex.

In the block's rooftop, there is the recreational area, represented by the common sports court with toilets and rest areas. On this same floor, the potable water reservoirs are planned for two days of storage plus the technical reserve of fire fighting. The positioning of the roof, released from the last slab, allows the action of an efficient natural system of air circulation, making the building more fresh and airy, minimizing the use of energy and increasing the thermal comfort of various environments. A rainwater harvesting system is planned which will be led to the cisterns below the built blocks, these areas have small centers of water distribution for the maintenance of gardens and cleaning of common areas of the building. In the roof we can implement a system of photovoltaic panels to capture the solar energy, since we have favorable orientation in the north direction, with incidence of sun throughout the year.

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